// Fine Art com técnica de 1851

Ian Ruhter é um fotógrafo americano que cansou de fotos digitais, pós-produção em computadores, filtros de instagram e decidiu voltar às origens da fotografia.

Lá em 1851, o inglês Frederick Scott Archer (1813-1857) descobriu o colódio, uma solução viscosa de piroxilina, que quando misturada a outros reagentes e em contato com nitrato de prata, se tornava um material sensível à luz. Foi assim que Archer desenvolveu o processo fotográfico do colódio úmido ou placa molhada.

Através desta técnica Ian redescobriu o prazer de fotografar e produzir imagens artesanalmente por meio de prata e luz. Todo processo, desde o banho de prata até revelação, demora de 10 à 15 minutos, mais do que isso o colódio corre o risco de secar, prejudicando a qualidade da imagem. Então é preciso paciência, mas também rapidez na arte de fotografar com placa úmida.

Dentro da câmara escura a placa não faz o papel do filme negativo que usávamos na nossa antiga analógica de 35mm, nem da ampliação (imagem formada através do negativo). A imagem final é formada na placa, ela já é a positiva. Portanto, cada placa é única, cada imagem é única, não podendo ser reproduzida.

Farto de todo mundo ter a mesma câmera, Ian construiu a sua própria máquina do tempo e voltou a fotografar como em 1851, só que em tamanhos muitos maiores. Interessado mais no meio do que em registrar um milhão de instantes, o fotógrafo transformou um caminhão em uma câmera fotográfica de colódio úmido, dando inicio ao projeto Silver & Light. Sua intenção era viajar pelos Estados Unidos contando as historias das pessoas e lugares e conectando a todos através de suas lentes.

Utilizar a técnica de placa molhada hoje é algo que demanda tempo, dinheiro e traz dificuldades quanto a praticidade. Não é tão simples fazer um enquadramento quando é preciso manobrar um caminhão para encontrar o melhor ângulo ou congelar imagens com uma câmera do século XIX. Embora muito curto para a época, o tempo de exposição destas placas para que seja possível gravar uma imagem é bastante longo. Só para se ter uma ideia, a sensibilidade das placas é semelhante a um filme de ISO 1 a 3.

Mesmo com todas as adversidades, a técnica do colódio úmido é conhecida pela qualidade incrível das imagens que produz e em tamanhos grandes a exuberância das fotografias produzidas é ainda maior, o que torna o trabalho de Ian Ruhter estonteante.

SILVER & LIGHT from Ian Ruhter : Alchemist on Vimeo.

Cadastre-se e receba as principais novidades do ramo da fotografia.

Posts Relacionados

Tudo sobre Fine Art

Tudo sobre Fine Art

A fotografia Fine Art cresceu no mundo todo, incentivando fotógrafos a...

Investigação fotográfica sobre série de assassinatos vira fotolivro com campanha de crowdfunding

Investigação fotográfica sobre série de assassinatos vira fotolivro com campanha de crowdfunding

Os limites entre o real e a ficção são o convite para uma imersão na trama...

“A fotografia não é só um mero registro”. A Fotografia e a Arte Contemporânea com Ronaldo Entler.

“A fotografia não é só um mero registro”. A Fotografia e a Arte Contemporânea com Ronaldo Entler.

 “A fotografia não é só um mero registro”. A Fotografia e a Arte...

Fotógrafo registra as estranhas criaturas do fundo do mar

Fotógrafo registra as estranhas criaturas do fundo do mar

O senso comum já diz que sabemos mais sobre a superfície da lua do que sobre...

Clique aqui para receber mais informações

Parceiros