// Melhore seu sono– Pequenas dicas sobre Backup

Depois de futebol, eleições e marcas de câmera fotográfica e computador, o tema que mais tenho visto causar brigas é o backup. Com as mais diversas soluções tecnológicas sendo oferecidas ao fotógrafo, é normal que os partidários de cada uma delas se enfrentem, no mais tradicional estilo torcida organizada.

E nada acaba sendo resolvido. É fato que os dados precisam ser protegidos, porque são frágeis – um assalto, uma falha de sistema, um raio ou um apagamento acidental causado por distração não são probabilidades: são certezas. Você pode passar a vida sem ser assaltado, mas que pelo menos uma das causas de perda de dados irá atingi-lo, isso é certeza.

O problema das estratégias de backup é, na verdade, o que deveria ser uma vantagem: a enorme oferta e variedade de soluções. Aliada às necessidades altamente variadas de dezenas de gêneros e escalas de fotografia, isso cria um tsunami de opções que sufoca qualquer fotógrafo que se interesse pelo tema.

Nas minhas investigações sobre backup, acabei encontrando algumas opções bastante interessantes, e desenvolvendo um pequeno método para combiná-las em sistemas que me atendem. Acredito que será útil como ponto de partida para aqueles que quiserem proteger seus dados. O método é simples, e consiste em:

1 – RESPEITE OS MANDAMENTOS DO BACKUP

Parece pomposo, e é. A idéia aqui na verdade é introduzir algumas regras que devem ser respeitadas para se ter segurança no backup. É difícil atender todas, mas quanto maior o número de regras satisfeitas, mais seguro você estará. Lembre-se também que pouca segurança ainda é melhor do que nenhuma. E quais esses mandamentos?

a – Faça cópias de seus arquivos o mais rápido possível;

b – Tenha mais de uma cópia;

c – Guarde essas cópias em lugares diferentes;

d – Tenha uma cópia desconectada do computador.

A regra “a” é a mais óbvia, enquanto a “b” o protegerá de falhas de gravação ou mecânicas, a “c” de assaltos ou acidentes em seu estúdio ou escritório e a “d” de falhas elétricas e vírus. Se puder atender as quatro, estará muito, mas muito seguro.

2 – OBSERVE SEU FLUXO DE INFORMAÇÕES

Agora pegue um pedaço de papel, e desenhe seu fluxo de trabalho. Usa um computador, ou mais de um? Fotografa em externa, ou apenas no estúdio? Só você trabalha as imagens, ou toda uma equipe? Isso é extremamente importante, porque um sistema de backup é desenhado em cima disso. Com todas as etapas descritas, vamos protegê-las uma a uma. Como exemplo, um dos infinitos fluxos possíveis:

Uso um único computador, um laptop Macbook Pro, que me acompanha em externas e sessões fotográficas de estúdio. Para tratamento das imagens, ele é ancorado em um dock, para ter acesso a um monitor externo, teclado e tablet. Ou seja, não há necessidade de sincronizar computadores, já que só há um. Todos os meus dados passam por ele. Então, preciso ter no mínimo uma cópia dos dados que há nele. Preciso também que uma das cópias esteja longe e desconectada do meu computador, e preciso também de alguma maneira de guardar meus dados antigos, porque não posso guardar teras e teras de informação em um único laptop.

Complicado, não? E olha que esse fluxo de trabalho é super simples. Logo criaremos uma estratégia de backup para ele, mas antes, uma coisa se faz necessária:

3 – CONHEÇA AS FERRAMENTAS DISPONÍVEIS

Com as tarefas na cabeça, fica mais fácil escolher ferramentas. Os preços das melhores ferramentas provavelmente nos fará cair sentados, então teremos de estar atento ao custo-benefício delas. Vou apresentar algumas:

HD EXTERNO

É uma das mais práticas e baratas soluções de backup. Um HD externo de 1 Tb custa entre R$ 400 e R$ 600, dependendo de ser desktop (com fonte de alimentação) ou para notebook (alimentado via USB). Fornece espaço de sobra para pelo menos uma cópia de seus dados – que pode ser feita manualmente ou através de aplicativos como o Time Machine, ChronoSync ou Windows Backup.

Backup em HD externo satisfaz as regras “a” e “b’, podendo satisfazer a “c” parcialmente – porque para sincronizar as informações, eles têm de estar no mesmo lugar, mesmo que temporariamente. Adicionar um HD idêntico ajuda a proteger as informações para o caso de eventuais falhas mecânicas. Sendo um sistema mecânico, repleto de partes móveis, o HD externo está sujeito a quebras e falhas, por isso a necessidade de redundâncias.

Um HD quebra, há outro igual a salvo. O ponto fraco da proteção de informações em diversos HDs externos é que até que seja completada a cópia em todos eles, os dados estão apenas parcialmente protegidos.

RAID

RAID é um arranjo de HDs – dois ou mais – destinado a aumentar a performance ou a segurança. No nosso caso – segurança – ela é garantida gravando “espelhos” em dois ou mais HDs ao mesmo tempo. No caso de quebra de um deles devido a falhas mecânicas ou desgaste, a informação está a salvo nas outras cópias. Um bom exemplo de RAID é o G-Safe, da Toshiba (www.g-technology.com), com dois HDs de gaveta que podem ser removidos a qualquer momento – você pode desengatar um para levar para casa, se quiser.

Um sistema RAID 1, da G-Tech – os HDs são destacáveis

Um exemplo mais sofisticado dessa tecnologia é o Drobo (www.drobo.com). Esse aparelhinho é um sistema que reparte as informações entre os HDs, criando redundâncias de dados. Por exemplo, se você utiliza um Drobo com 4 gavetas (ele utiliza qualquer HD de qualquer tamanho em suas gavetas) preenchidas com HDs de 1 Tb, você terá não 4Tb de espaço, mas apenas 2.8Tb. Parece mau negócio, mas a capacidade é reduzida para que o Drobo possa criar redundâncias que protegem a informação – se um dos HDs apresentar falha, nenhum dado é perdido. Outra vantagem é a escalabilidade e economia – se precisa de um pouco a mais de espaço, basta substituir qualquer um dos HDs por outro maior, e assim o sistema vai crescendo. Super seguro. A desvantagem é estar no ambiente de trabalho.

O Drobo trabalha com vários HDs, duplicando parte das informações para maior segurança

BACKUP ONLINE

Uma alternativa interessante é o backup online. Baseado em servidores externos, ele protege seus dados fazendo uma cópia remota via Internet – basta alugar seu espaço em algum dos provedores de serviços de backup online, como o www.myotherdrive.com. Nesse sistema paga-se um valor mensal ou anual proporcional ao espaço alugado, e um software especializado administra a rotina de backup. Os prós dessa solução são o preço e a praticidade/segurança de se ter um backup protegido também fisicamente, já que está fora do escritório. Os contras são as limitações que o seu provedor de Internet possa impor a transferências de dados elevadas – é necessária uma conexão robusta para transferir teras e teras de dados – e a necessidade de se estar constantemente conectado à Internet. Sem conexão, sem backup.

DVD

Uma solução que ainda é bastante utilizada são as mídias óticas – DVDs de camada simples ou dupla, ou os mais recentes Blu-Ray. Capazes de armazenar entre 25 (camada simples) e 50 Gb (camada dupla) de dados, estes últimos são uma boa alternativa para uma segunda cópia dos arquivos. Sem partes móveis e fáceis de transportar, também são fortes candidatos ao posto de offsite backup – a cópia dos arquivos que fica longe do ambiente de trabalho, longe de roubos e acidentes. A desvantagem dessas mídias é que não há consenso sobre sua durabilidade, devendo ser recopiadas periodicamente em casos críticos de conservação.

Um gravador de Blu-Ray externo, da LaCie

Existem ainda outras soluções, mas isso trataremos na segunda parte de nosso post. Vale a pena conferir!

* Matéria originalmente publicada na revista Photos & Imagens.

Alex Villegas

Fotógrafo e retocador, com mais de 10 anos de experiência em tratamento de imagens, produção gráfica e design. É autor do livro, O Controle da Cor – Gerenciamento de cores para fotógrafos e ministra cursos sobre o assunto no IIF. http://alexvillegas.wordpress.com

 

 

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