// Como criar um portfólio

Professores do IIF dão dicas de como criar um portfólio fotográfico.

Um portfólio de fotografia profissional é uma ferramenta obrigatória para qualquer fotógrafo que queira seguir nessa carreira. É, basicamente, um catálogo de imagens que serve como currículo do profissional, é a forma utilizada para mostrar os seus trabalhos e suas habilidades e criar interesse na sua arte. É a partir dele que os clientes em potencial conhecerão o seu estilo e a sua técnica.

Para que ele serve?

Esse portfólio é a sua oportunidade de apresentar o seu trabalho, mas não basta inserir todas as suas fotos nele de uma vez só, ou somente aquelas que você julga serem as melhores. A criação do portfólio varia de acordo com o propósito com o qual ele será usado. É para um cliente individual ou é para exibir em uma galeria?

Qualquer que seja o objetivo, é importante que você saiba quais fotos apresentar para conseguir o determinado trabalho. Por exemplo, se for um reunião com um cliente físico, ele vai querer conhecer o seu estilo e saber quais técnicas e habilidades você possui, então seu portfólio deve ser capaz de trazer uma variedade de imagens. Agora, se você quer apresentar seu trabalho em uma galeria, não precisa mostrar tudo que já fez na vida, você tem que mostrar um tema único e singular que combine com a proposta da exibição.

Como criar o primeiro portfólio e mantê-lo atualizado

Para iniciar o seu portfólio é necessário que você tenha feito pelo menos 10 ensaios fotógraficos com cerca de 12 fotos cada. E coloque somente as melhores imagens nele. “A ideia é separar cinco ou seis melhores fotos para termos um portfólio bem sintético que mostre o nosso estilo”, ensina Danilo Russo, fotógrafo de moda. “Em média, o portfólio tem cerca de 40 fotografias no total”, ele recomenda.

Uma vez que você tenha esse primeiro porfólio montado, você vai divulgando o seu trabalho com ele, e aos poucos, vai aprimorando ele, inserindo novos ensaios e excluindo ensaios velhos”, Danilo explica.

A principal sugestão é sempre voltar a fazer ensaios caso perceba que a qualidade obtida não é aquela que você almeja e assim, sempre atualizando e melhorando o seu portfólio para apresentá-lo a futuros clientes.

A área de atuação

Antes de mais nada eu tenho que definir a área na qual vou atuar”, acredita Alex Mantesso, fotógrafo. Ele ainda diz que cada área exige o seu próprio portfólio. “Não adianta eu querer vender festa infantil com um portfólio de fotos de casamento”, ele justifica.

A modalidade da fotografia em que você atua ou quer atuar também influencia na forma de montar o seu portfólio, na escolha das fotos a serem usadas e na dificuldade em conseguir essas imagens, especialmente se você está no começo da carreira.

Cada modalidade da fotografia deve ser colocada em uma pasta. Elas não se misturam”, explica Danilo.

Fotografia de produto e de paisagem, podemos dizer, que são as mais simples para construir um portfólio, por que só depende do fotógrafo. Para a de produto, você pode usar produtos do cotidiano para fazer as suas fotografias. E para as fotos de paisagem e de natureza, você precisa ter a vontade de sair de casa e procurar  algum lugar bonito e realizar as suas fotos lá.

Agora, se pensarmos em fotografia de retrato, a situação complica um pouco. Primeiro que você adiciona mais uma pessoa para participar do processo de fotografar, e é necessário criar um ensaio para fazer as fotos e escolher a locação e levar a pessoa até lá. Assim, adiciona-se algumas dificuldades, já que você terá que contar com a disponibilidade e a vontade de uma terceira pessoa em ser fotografada.

No caso da fotografia de eventos,  você também dependerá de outras pessoas, por que você tem que ir até o evento, ter autorização dos responsáveis para entrar e fotografar.

Para quem está começando nesse ramo, a sugestão é conseguir a permissão para fotografar ou ter a oportunidade de registrar o evento a a partir de permutas. Ou seja, você oferece seus serviços sem cobrar, em troca da possibilidade de fazer a cobertura do evento e mostrar as suas habilidades e construir o seu portfólio. Isso é bastante comum em festas de família, e é bem eficiente começar com os amigos e conhecidos.

Nesses casos em que tirar a fotografia não depende somente de você, o ideal, para começar, é trabalhar com permutas e parcerias. Ou seja, você faz as fotos não em troca de dinheiro, mas em troca da possibilidade de mostrar essas fotos no seu portfólio. E assim, você consegue, aos poucos, aumentar o seu networking, expandir seu portfólio e atrair mais clientes.

Impresso ou digital

No passado, tudo tinha que ser impresso, mas a tecnologia introduziu a opção de apresentar os seu portfólio de forma eletrônica, em formato PDF ou JPEG, entre outros. É uma maneira bastante conveniente e prática, uma vez que você pode, simplesmente, mandar para o cliente o link do seu portfólio. “Pessoas de outra cidade, por exemplo, vão poder conhecer o seu trabalho”, exemplifica Danilo.

Nesse caso, Danilo ainda recomenda que o fotógrafo tenha o seu próprio site: “Usar apenas uma página no facebook ou em outra rede social pode passar a ideia de amadorismo e o cliente não vai querer pagar o preço justo

No entanto, a foto impressa ainda tem a sua serventia. O papel reflete exatamente o resultado final daquela imagem, e mostra mais fielmente a fotografia do que uma tela de computador.

 

E considerando que muitas vezes as imagens são entregues impressas e em álbuns para o cliente, é bem interessante mostrar os seus projetos anteriores no papel mesmo.

A escolha das fotos
A parte mais difícil da criação de um portfólio é a seleção das fotos que serão usadas, principalmente se você já é experiente e já realizou diversos trabalhos. É sempre uma tentação adicionar as suas fotos favoritas, dos trabalhos que mais gostou de fazer, ou inserir algumas fotos de todos os trabalhos, sem uma escolha lógica. “Quando você planeja a sua carreira e tem um público bem definido, você deve colocar no portfólio somente as fotos que estão diretamente alinhadas a isso”, Danilo explica.

Eu sei que quem está começando fotografa de tudo e até o que não gosta, mas para que isso não aconteã tanto, o ideal é já ir montando o seu portfólio com aquelas imagens que mais reflitam o seu estilo e aí vai começar a atrair o seu cliente certo”, sugere o fotógrafo.

Para isso, Alex Mantesso, fotógrafo profissional, explica que o portfólio deve ser objetivo e desconsiderar a emoção do momento e os fotografados.”É muito difícil separar isso, por que eu vivi aquilo e há fotos que eu gosto pois eu vivi aquilo. Mas quem estava lá pode achar aquilo tudo muito tosco, por que não sente a emoção”.

Nem sempre o próprio fotógrafo é a melhor pessoa para julgar o seu trabalho. É interessante pedir ajuda de alguém do meio, que saiba sobre fotografia e que seja imparcial ao olhar para as suas imagens, desconsiderando o apelo emocional da ocasião em que forma tiradas e a dificuldade para registrar aquele momento.

Alex também alerta para a ordem do porfólio. “É legal estabelecer uma narrativa. Eu quero que o cliente me ache muito bom, então eu sugiro que a ordem do portfólio seja intercalar fotos sensacionais com fotos boas. Assim ele vai me achar muito bom várias vezes”.

Outra ideia que Alex dá para a escolha das fotos é avaliar a expressão do seu cliente olhando para o seu portfólio. “Você vai descobrir que tem umas fotos que todo mundo para um segundo a mais para olhar, umas fotos que geram emoção em todo mundo. Essas são as suas fotos sensacionais”, ele explica. E também aconselha que você tenha umas duas ou três pessoas de referência que entendam de fotografia e que conheçam o seu trabalho e saibam a sua intenção.

A quantidade de fotos é outra questão para se pensar, e depende da área de atuação e do cliente em vista. Normalmente, começamos com muitas e vamos diminuindo a seleção gradativamente.

Em média, um portfólio contém entre 15 e 30 fotos.

Quinze fotos para a fotografia de produtos é o suficiente para mostrar a sua habilidade nessa área. Agora se você trabalha com eventos e com pessoas, não é somente uma foto da pessoa que reflete o seu trabalho. Você precisa mostrar como foi o ensaio, o cenário, o figurino, as poses e aí mais fotos serão necessárias para resumir o seu trabalho.

Um evento social como o casamento, por exemplo, exige entre 30 a 50 fotos que sejam capazes de mostrar como que foi o casamento, tem que mostrar a decoração, os convidados, a cerimônia, a festa…

Uma dica é, que para fotografia de casamento, mostrar um álbum completo de um evento que você tenha fotografado anteriormente. Assim o cliente consegue ter uma ideia geral de como você trabalha e do seu estilo, e como você conta a história daquele casal, e pode ou não se identificar com ele.

A apresentação desse portfólio

A forma de apresentar o seu porfólio é parte vital na reação de quem olha as suas imagens. Uma má apresentação da coleção de ótimos fotógrafos não fará justiça ao trabalho deles e decepcionará quem a vê.

Atente-se para as formas de destacar a sua imagem através apresentação. Pense nas bordas e nas cores do fundo, por exemplo. E no caso de um portfólio impresso, a escolha do papel fotográfico também influencia.

A harmonização do portfólio é importante. Escolher cores semelhantes, por exemplo, deixa o portfólio mais agradável para o cliente ver”, explica Alex.

Além disso, considere a ordem das fotos, seja uma ordem cronológica ou uma ordem mais criativa. Isso afeta a forma das pessoas verem e entenderem o seu trabalho.

O conteúdo textual

Essa parte é totalmente opcional, mas depois de já ter decidido o layout e as fotos para o seu portfólio, talvez possa ser interessante acrescentar algumas informações técnicas.

Por exemplo:

  • Informações pessoais do fotógrafo, biografia e filosofia e contato
  • Listagem das imagens inclusas
  • Breve explicação das imagens
  • Data e local das imagens

Essas informações podem ser úteis para contextualizar o seu trabalho, mas é fundamental mantê-las curtas e objetivas. O foco principal do seu portfólio são as suas imagens!

 

-Por Vivian Kuppermann Marco Antonio

 

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