Danilo Russo lança guia completo sobre Iluminação na Fotografia em palestra ao vivo
O domínio da iluminação na fotografia é algo que não acontece do dia para...
O fotógrafo Edmond Fortier (1862-1928) produziu ao longo de sua vida mais de 3500 imagens da África do Oeste no início do século XX. Ele percorreu uma grande extensão dessa região, visitando 100 localidades de sete países, hoje conhecidos como Senegal, Guiné Conakry, Mauritânia, Mali, Costa do Marfim, Benim e Nigéria.
A exposição “Edmond Fortier – Viagem a Timbuktu” é a maior já dedicada à obra do fotógrafo francês que viveu a maior parte de sua vida em Dakar, no Senegal. Edmond possuía uma pequena loja junto ao porto de Dakar onde, por quase três décadas, fez séries de cartões-postais para vender aos colonos europeus e turistas, que indo de navio para a Europa ou América do Sul faziam escala na cidade.
As imagens de Dakar constituem um verdadeiro patrimônio cultural a ser resgatado, pois, apesar do sucesso comercial, suas fotografias acabaram esquecidas, já que os negativos nunca foram encontrados. Mas “Viagem a Timbuktu” reúne 200 cartões-postais originais de Edmond Fortier e suas ampliações.
A mostra teve origem na pesquisa e no livro homônimo recém-lançado pela historiadora brasileira Daniela Moreau – Especialista em estudos da África, a autora vêm construindo um grande acervo de Fortier – que apresenta ao público um recorte da viagem de mais de cinco mil quilômetros que o fotógrafo realizou em 1906 pelo interior da África colonial, chegando à histórica cidade de Timbuktu, porta do Saara (norte do atual Mali), à época considerada impenetrável pelos europeus.
Fortier documentou as ruínas da antiga mesquita de Djenné, que logo em seguida desapareceriam para sempre, e os modernos aspectos urbanos de Bamako e de Conakry, capitais do Mali e da Guiné. “Ele foi um dos primeiros profissionais a fotografar Timbuktu, após a ocupação francesa em 1894. Djenné, nas margens do rio Bani, a cidade mais antiga de toda a África subsaariana, também foi objeto de seus registros”, cita Daniela Moreau.
Ao contrário do início de carreira no Senegal quando retratava a elite africana e colonos europeus, em seus postais ilustrados o fotógrafo revelou o cotidiano da vida de pessoas comuns, as paisagens e festas populares no continente africano. Retratando moças africanas com os seios nus e as transformações intensas e violentas marcadas pela presença do colonizador. Para a curadora, “as imagens conhecidas desse itinerário são testemunho único da época”.
Serviço
Instituto Tomie Ohtake – R. Coropés, 88 – São Paulo | Telefone: (11) 3034-4673
Até 24 de janeiro. Terça a domingo, das 11h às 20h
Entrada gratuita
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