// Os equipamentos básicos para fotografar um casamento

O casamento é um dos eventos sociais com maior destaque na vida uma pessoa, ou melhor, de duas pessoas. É um momento que marca a união não só de um casal, mas de duas famílias, que passarão, depois do casamento, a viver como uma só.

É um evento muito delicado que requer envolvimento de todas as partes interessadas. Claro, que a maior parte da organização fica para a noiva, mas isso não exclui as decisões dos demais envolvidos, como o noivo, a mãe da noiva, a mãe do noivo, as madrinhas e os padrinhos.

Por ser uma etapa muito marcante na visa dessas pessoas, também é carregada de estresse, nervosismo e ansiedade. Todo mundo sabe como uma noiva fica durante os preparativos do seu casamento…

Portanto, quando um fotógrafo é contratado para cobrir o evento, ele deve ter em mente que em suas mãos está uma grande responsabilidade: registrar todo e cada momento do grande dia. E nada pode dar errado. O profissional tem que saber que o seu trabalho final perdurará por anos e contará às próximas gerações dessa família a história desse dia e desse casal.

Na hora de começar a fotografar, o fotógrafo não pode ter esquecido nenhum equipamento. A câmera não pode parar de funcionar. O cartão de memória não pode estar cheio. Nem a bateria pode acabar.

Embora cada casamento seja de um jeito e cada situação e ambiente exijam um tipo de material, é possível definir, em regras gerais, os equipamentos indispensáveis para a cobertura de um casamento.

Os fotógrafos de casamento, Jefferson Costa e Willians Moraes, estão cerca há dez anos nesse mercado e nos ajudaram nessa questão.

Duas ou mais câmeras & duas ou mais lentes

No minimo, a cobertura de uma casamento exige duas câmeras. E com dois motivos, podemos explicar essa necessidade. Primeiro, ganha-se agilidade por não precisarmos trocar de lentes toda hora. Durante o evento, muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e tudo muda rapidamente. Não dá para perder tempo mudando de lente. É bom ter os dois tipos de lente à mão, a todo momento.

Jefferson conta que no seu trabalho ele sempre usa uma lente teleobjetiva  para captar o que estiver mais longe e uma grande angular para o que estiver mais perto. E as duas câmeras ficam com ele o tempo inteiro. Uma na cintura e outra no pescoço.

E segundo, é uma garantia de backup. Em caso de falha do equipamento, temos uma câmera auxiliar para continuar o trabalho.

O casamento é um momento único, e não só no aspecto emocional do evento. Mas é um evento que não pode ser feito novamente, como um ensaio de moda, por exemplo. Aqui, perder as fotos não é uma opção. Não dá para remarcar o evento para um outro dia porque a única câmera que o fotógrafo levou deu problema e não funciona mais. Isso não pode acontecer jamais!

Todos nós sabemos que imprevisto acontecem, e o equipamento pode resolver parar de funcionar de uma hora para outra. Mas registrar os momento de um casamento é uma responsabilidade muito grande, e o fotógrafo deve estar preparado para qualquer situação e não deixar os noivos na mão.

Essa responsabilidade pode ser motivo para um grande estresse na hora do trabalho também. E só de saber que você conta com duas câmeras para fazer o seu trabalho, a sua tranquilidade aumenta pois você fica ciente que consegue contornar qualquer imprevisto desse tipo.

A escolha das câmeras e das lentes, obviamente, fica por conta de cada fotógrafo. Cada profissional sabe como gosta de trabalhar melhor, qual o seu estilo e como atingi-lo com o melhor equipamento possível.

Jefferson defende o uso das lentes fixas. Segundo ele, essas lentes são mais luminosas, e por isso permitem fotografar em locais com pouca luminosidade sem a necessidade de luz artificial. Frequentemente as objetivas fixas possuem uma maior abertura mínima  de diafragma, permitindo uma profundidade de campo menor, o que facilita na hora de isolar os diferentes planos no enquadramento.

E o terceiro motivo é o mais importante para Jefferson: a lente fixa te tira da zona de conforto.

Com ela, você precisa pensar em composição e se deslocar de forma a achar o melhor ângulo para a sua foto. E ao se movimentar, você enxerga novas opções, outras possibilidades de enquadramento e aprimora todo o resultado final. A grande angular, por exemplo, é um desafio. Ela traz muitos elementos para a sua foto, e você tem que encontrar uma forma de lidar com eles, colocá-los na imagem ou excluí-los, mas sem distorcer a fotografia. Esse desafio serve para evoluir o seu trabalho e o seu estilo.

Dois ou mais flashes & LEDs

O uso do flash também é questão de gosto do fotógrafo, mas é sempre útil para garantir um controle maior da iluminação para tirar a foto. E Willians reforça a necessidade de, também, ter dois desse equipamento. “Como com a câmera, um flash pode dar problema. E se for um evento à noite, pode comprometer todo o seu trabalho”, explica.

A luz disponível no ambiente é bastante interessante, e bem bacana para mostrar como estava o ambiente durante o casamento. Mas é importante ter a consciência que durante uma festa, a iluminação muda a todo momento, o que dificulta o balanço do branco da câmera, fato que pode causar dominante de cor no controláveis nas imagens, mas que podem ser aproveitadas de forma criativa.

E isso vai depender do gosto tanto do fotógrafo quanto dos clientes.

Para Jefferson, o ideal é usar três flashes na cobertura e alguns LEDs. Ele conta que sempre usa um flash acoplado à câmera e outros dois em tripés. Assim, com esses flashes parados, aumentam-se as opções de fotografia, “sem me preocupar com a luz variando a todo momento”.

Então, para a pista de dança, durante a festa, ele coloca os tripés nos cantos, um de frente para o outro: “A minha ideia é cobrir a pista, ter luz em todas as regiões e voltados para baixo para não criar sombra”, ele explica.

Na hora da cerimônia, no entanto, ele aconselha o uso de LED. O flash atrapalha a equipe de vídeo. Jefferson explica que atualmente a maioria dos vídeos são feitos com câmeras DSLR, e o disparo do flash gera umas faixas brancas na imagem, destruindo a estética do trabalho. Com o LED, esse problema é resolvido.

Então, ele coloca dois tripés com LED no altar voltados para os noivos. Isso garante a iluminação, sem atrapalhar o filmagem e sem criar aquele aspecto de holofote que pode assustar as pessoas.

Essa iluminação fixa, de acordo com o fotógrafo, também agiliza os movimentos. A luzes já estão posicionadas e você só tem que preocupar com a câmera mesmo.

Vários cartões de memória, pilhas e baterias

Esses são os itens mais baratos quando comparados aos demais que o fotógrafo profissional deve ter, mas são de extrema importância para a realização do trabalho.

Nenhuma câmera e nenhum flash funcionam sem pilha ou bateria. E nenhum fotógrafo pode se dar ao luxo de parar a cobertura do casamento no meio porque a pilha acabou ou a bateria descarregou. Ele deve sempre levar a quantidade suficiente desses materiais para durar o evento inteiro. E é bom ter em mente que o grande dia, para o fotógrafo, chega a durar até 13 horas, entre o making of até o final da festa.

Willians explica que, embora baratos, os cartões de memória devem ser escolhidos por velocidade e não pelo preço: “
É importante prezar por uma velocidade boa para não correr o risco de perder algum momento porque o cartão resolveu parar de funcionar”.

E o principal

“É ter uma vontade louca de fazer o melhor trabalho da sua vida”, acredita Jefferson.

De acordo com a própria experiência como fotógrafo de casamento, ele afirma que é fundamental ir para o evento com uma motivação, algo que te faça acreditar no seu próprio trabalho.

Fotografar casamento vai muito da sua energia, da criatividade de encontrar os lugares certos, os ângulos certos, as composições certas”, ele diz. E se você não está com disposição, não encontra motivos para fazer esse trabalho, e o faz apenas pelo dinheiro, o resultado não será bom. Você continuará insatisfeito e deixará o cliente insatisfeito.

Willians faz questão de frisar que, na escolha do equipamento, não há certo ou errado: “O melhor é aquilo a que você se adapta”.

Outro aspecto que também impede o sucesso e satisfação do fotógrafo como profissional e atrapalha a sua evolução é as desculpas. Jefferson conta que sempre ouve histórias de fotógrafos dizendo que o trabalho não ficou bom porque o espaço era ruim, o cara da filmagem atrapalho, o equipamento não estava 100%. Sempre colocando a culpa em alguém ou em alguma coisa.

Ele insiste em dizer que não assumir a culpa pelo resultado insatisfatório e tentar atribuir culpa a outras pessoas não adianta nada. Isso não resolve o que já ficou ruim e não ajuda a melhorar para a próxima vez.

“Não importa o que aconteça, o erro é sempre seu”, Jefferson diz. E assim, trazendo o problema para si, você consegue achar uma solução e um jeito de evoluir e aprender com esse erro.

O setup para cada nível

Por fim, e para facilitar ainda mais a vida de quem quer fotografar casamento, Willians selecionou e indicou os modelos de cada equipamento dependendo do nível em que o fotógrafo se encontra.

Onde você está, qual equipamento você usa, onde você quer chegar e quais os equipamentos você deve adquirir são decisões que você vai tomar ao longo de sua jornada. O melhor equipamento é o equipamento que você tem. E a partir desse ponto você constrói o seu setup de equipamento”, ele declara.

Dessa forma, ele sugeriu os seguintes equipamentos, tanto para Nikon quanto para Canon:

Se você quiser saber mais sobre esse tema e diversos outros do mundo da fotografia, inscreva-se no nosso canal do youtube: IIF Dicas.

 

– Por Vivian Kuppermann Marco Antonio

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