// Inspiração da Semana – Ocupação do Pinheirinho por Daniel Ávila

Na quinta-feira passada postamos o Trapiche de Primeiro de Maio fotografado pelo Prof. Alex Villegas. Hoje é a vez do nosso também professor Daniel Ávila compartilhar seu trabalho com a gente. Ele mostra uma das fotografias que fez durante a desocupação do terreno da comunidade Pinheirinho. Pra refrescar a nossa memória, Pinheirinho era uma ocupação irregular localizada em São José dos Campos – SP, cuja posse foi reintegrada ao proprietário Naji Nahas em Janeiro de 2012. O caso foi amplamente divulgado e houve um grande debate acerca da legitimidade e os exageros da ação.

Daniel já conhecia a comunidade. Antes mesmo de virarem manchete de jornal ele realizou um ensaio chamado “Donas da História”, que pode ser visto clicando aqui. Aproveitem para ver a série da qual faz parte a fotografia que ele comenta nesse post, estão no mesmo link.

Veja o texto completo:

“Durante quinze dias seguidos, vigília. Homens e mulheres da ocupação conhecida como Pinheirinho praticamente não dormiam. Revezavam-se na guarda do gigante terreno de mais de um milhão de metros quadrados. A ordem para reintegração de posse da área pertencente à massa falida da Selecta, empresa do especulador Naji Nahas, havia sido emitida. Uma ordem federal que anunciava suspensão temporária da medida, porém, fez com que os moradores baixassem a guarda. A ocupação ganhara alguns dias e eles poderiam dormir tranquilos. Mas às seis horas da manhã de domingo (22/02), foram surpreendidos pela Polícia Militar. Despreparados.” Ana Ignacio

Essa é a história “não fotográfica” da imagem. O projeto com os moradores do assentamento do Pinheirinho começou em 2009, ao lado de três jornalistas. Ao saber da reintegração entramos em contato com os moradores. Aconselharam esperar. Não conseguiríamos atravessar a barreira da Polícia Militar. Esperamos.. no dia 25/02, três dias após a reintegração, recebemos o “OK”. O equipamento já estava todo separado dentro da mochila rasgada.

Ao chegar à Paróquia a foto estava pronta. A luz dura e contrastada do meio dia, o carro à direita criando a diagonal, de fundo a Paróquia onde os moradores estavam alojados e no meio de tudo as pessoas carregando os pertences que conseguiram salvar.

Sem graça.

Faltava alguma coisa. E é aqui que entra o ‘acaso’ citado pelo Alex Villegas no post anterior. Resolvi esperar, sabia que a composição valeria a pena. Descobri que o que faltava eram dois rapazes no centro da imagem, um de boné sem camiseta e outro de regata com a mochila nas costas. De quebra ainda ganhei um senhor de chapéu segurando a mão da filha ao lado da mãe, preenchendo o vazio que distrairia o olhar do leitor.

Escrevendo essa matéria e revendo a imagem percebi que aquela Mãe e Filha são as mesmas que fotografei no Ginásio Morumbi horas depois. (http://bit.ly/SeOlse)

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