// Os mitos & os riscos da Fotografia Subaquática

Um assunto que está em alta atualmente no mundo da fotografia é a fotografia embaixo d’água. Essa modalidade já existe há algum tempo, mas agora vem sendo aprimorada e direcionada para o público de gestante e bebês.

No Brasil, uma dos precursores dessa modalidade é a fotógrafa Carla Durante. Especializada em fotografia de gestante, de família e newborn, Carla atua profissionalmente há cinco anos, e seu trabalho é bastante reconhecido no meio. E foi em maio de 2016, que ela decidiu se aventurar nessa nova empreitada fotográfica.

Batemos um papo com Carla e ela nos contou um pouco sobre como surgiu a ideia de investir nessa área e quais as principais preocupações e dificuldades que encontrou no princípio e que notou, mais tarde, nos profissionais que procuram entender melhor essa modalidade.

Para começar, ela logo mostra que se jogou de cabeça nesse tipo de fotografia: “Redescobri a fotografia e me deu um gás, ânimo tão grande que eu investi grana mesmo. Fiz ensaios sem cobrar, ensaios teste. Investi muito em figurino, maquiagem e equipamento”

Com sua experiência, Carla identificou as principais dificuldades, riscos e mitos que envolvem essa modalidade e compartilhou com a gente.

Quais as principais dúvidas das pessoas?

Em relação à parte prática, Carla revela que as dúvidas mais frequentes que ela escuta estão relacionadas ao tipo de equipamento, qual ISO e qual abertura utilizar nesses tipos de fotografia e qual a profundidade da piscina da locação.

“Essa parte mais prática é a mais fácil de responder. Isso é a receita de bolo que a gente pode dar de forma fácil, mas quando a pessoa pega essa receita e vai fazer sozinha, ela percebe que precisa do toque do cozinheiro para o bolo sair bom (risos)”, ela explica.

Para Carla, o seu trabalho é muito mais que aspectos técnicos: “É toda a experiência daquilo de deu certo ou não. Como dirigir a pessoa, como fazer com que a pessoa e sinta natural, confortável, com semblante bonito embaixo d’água. E isso, a prática vai dando, mas também alguns toques e dicas que eu dou no workshop”.

Quais os mitos que as pessoas sustentam sobre essa modalidade?

O principal mito, Carla conta, está relacionado ao equipamento necessário. “As pessoas acham que têm que ter a caixa estanque para fazer a fotografia embaixo d’água”, ela diz.

Uma caixa estanque  é um mega investimento, que custa cerca de U$2 mil. É um equipamento para quem tem certeza que vai usar esse equipamento.

No mercado, é possível encontrar alternativas mais baratas. A Carla mesmo não tem uma caixa estanque, ela usa uma capa de látex e afirma que embora o resultado não seja igual ao que seria obtido com uma caixa estanque, a qualidade é bastante boa também.

“Eu uso a [capa] da marca Outex, que um fabricante brasileiro. É uma capa de látex, e, o principal, são as lentes de vidro que a gente coloca na frente da lente e na parte do display. E com essa proteção, a gente consegue fazer fotos bem legais embaixo d’água, sem precisar tem um investimento tão alto. Custa em torno  de R$650”, conta ela.

Então, embora essa fotografia exija um certo investimento, ele não é tão alto quanto a maioria das pessoas pensa.

Outro mito, Carla diz que é a questão do preparo físico de fotógrafo: “É o fôlego que o fotógrafo precisa ter. Mas são pequenos momentos que afundamos e fotografamos e voltamos para respirar. E fazemos o ensaio numa piscina que dá pé. São coisas que são menos difíceis do que parecem”.

Esse tipo de fotografia pode ser feita com recém-nascidos?

A fotografia embaixo d’água é feita com gestantes, com o casal, e com bebês entre três e oito meses. E Carla é enfática ao dizer que esse tipo de ensaio não pode ser feito com recém-nascidos: “É proibido!”.

Ela conta que é muito difícil de fazer esse tipo de fotos com newborn, pois eles requerem maiores cuidados, e o ambiente com água pode ser bastante perigoso.

A partir dos três meses, os bebês já têm maior controle corpóreo e agem de forma autônoma na água e sabem que devem para de respirar: “É uma delícia fazer [o ensaio] com bebês maiores”, ela se derrete.

Porém, depois dos nove meses, o ensaio fica complicado de ser feito novamente: “Muda a fisiologia do bebê e o medo foi ensinado ao bebê. Então, ficar embaixo d’água não é mais natural”, Carla diz.

Quais são os riscos da fotografia subaquática?

Temos que pensar que estamos em um ambiente molhado, e temos que ter cuidado para não escorregar. “Uma gestante, antes de entrar na piscina, ela tem que ser acompanhada. Alguém tem que dar a mão para ela. Principalmente se ela estiver nas últimas semanas da gestação, quando ela está mais gordinha, mais inchada, com menos mobilidade. Então ter que esse cuidado, esse carinho”, Carla explica.

Há cuidados essenciais com a higiene também. A água da piscina deve estar limpa. O ideal é usar uma piscina que não tenha muita gente usando a toda hora e com pH equilibrado. “Isso não só para dar a nitidez na fotografia, mas também que seja uma água saudável, sem risco de conjuntivite, essas coisas”, ela alerta.

Carla aconselha que o fotógrafo tenha o seu próprio local, onde ele saiba exatamente a situação da piscina: “Eu faço assim: Eu alugo uma casa com piscina, e essa piscina só é usada para os meus ensaios”.

E o pH não pode estar em excesso, principalmente para o ensaio com bebês: “O bebê vai abrir os olhos naturalmente, e isso vai irritar e ficar com o olhinho vermelho”.

Um outro cuidado muito importante é no caso do uso de luz artificial. “Caso o fotógrafo opte por luz contínua, tomar muito cuidado com as ligações elétricas perto da água”, Carla explica.

Os equipamentos elétricos devem estar longe da parte molhada e deve-se tomar muito cuidado com as fiações para não acontecer nenhum choque nem nenhum acidente que pode ser fatal.

“Eu uso a luz do sol e uso rebatedores. E se eu tenho um tempo nublado, eu uso luz contínua fora da piscina, mas os cabos e tudo isso está longe da área molhada”, ela conta.

Por último, Carla dá um conselho: “Se for fotografar bebezinho, procura fazer um curso. Pode fazer o curso comigo, assiste à palestra no Newborn Photo Conference, não sai fotografando bebezinho sem saber nada a respeito”.

Para fotografar adulto, ela acredita que o bom-senso basta.

 

Quer saber mais?

Carla Durante ministrará um workshop sobre fotografia embaixo d’água entre os dias 18 e 19 de Fevereiro. Não perca tempo, pois as vagas são limitadas.

Mais informações: [email protected]

Site: www.carladurante.com.br/workshops/

Siga a Carla no Instagram e fique por dentro do que acontece: @carla_durante

 

O vídeo abaixo mostra um pouco de como foi a primeira turma:

 

E em Abril, estará nos palcos da 7ª edição do Newborn Photo Conference com uma palestra sobre o mesmo tema.

Para mais informações sobre o congresso, acesse o site: NEWBORNPHOTOCONFERENCE.COM.BR/2017/

Ou entre em contato por e-mail ou telefone: [email protected] ou (11) 3021-3335

 

Leia mais sobre Carla Durante e Fotografia Embaixo D’água:

Fotografia embaixo d’água com Carla Durante

 

– Por Vivian Kuppermann Marco Antonio

 

 

 

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