// A fotografia na sétima arte

O Oscar está chegando e com isso todo mundo corre para os cinemas para assistir aos filmes indicados nas mais diversas categorias. Ao todo são 24 categorias da premiação, entre elas, a de melhor fotografia. Isso mesmo, os longa-metragens concorrem pela sua fotografia. Mas você sabe o que é a fotografia de um filme?

Muitas vezes ouvimos que “a fotografia daquele filme é muito boa”, mas não entendemos exatamente o que isso quer dizer.

Por isso, o PHOTOMAG resolveu ir atrás dessa questão e esclarecê-la de vez!

 

A origem do cinema

O termo “cinematografia” vem do cinematógrafo, um aparelho criado pelos irmãos Auguste e Louis Lumieré na França que projetava imagens em movimento, e que coincidentemente ficou conhecido como cinema.

A origem da palavra é grega: Kine significa movimento. E a esse termo, foram combinados a foto (“tó”) e a grafia (“grafo”). Então, do mesmo jeito que a fotografia pode ser a escrita da luz, a cinematografia é a escrita da luz em movimento.

Antes dos irmãos Lumiére, Thomas Edison já havia desenvolvido um equipamento similar, ao qual chamou de kinetoscópio, com o mesmo princípio da imagem em movimento, porém sem projetá-la para fora. As imagens eram vistas dentro do próprio aparelho, através de uma lente.

Aqui não vamos falar sobre o cinema e sim sobre a técnica que permite captar a imagem. Essa técnica é a fotografia para cinema a qual é voltada para a obtenção de uma imagem de qualidade, coerente e objetiva com a proposta do filme. Para entender esse conceito, é necessário conhecer a fotografia tradicional e estática, pois é nela que encontram-se as bases para o cinema.

A rigor, o cinema trabalha com essa mesma fotografia que estamos acostumados, com o único adicional do movimento. E por isso, podemos definir o cinema como uma sucessão de imagens em uma tela, obtidas por projeção ótica, e que, por causa da troca rápida dessas imagens, oferece a sensação de movimento contínuo.

 

Ilusão de Movimento

Essa sensação de movimento que temos ao ver uma sequência de fotos ainda é motivo de controvérsia e a ciência ainda não consegue explicar por completo.

A teoria mais popular é a chamada Persistência da Retina, descrita por Peter Mark Roget em 1826. Segundo o observado, a retina mantém uma imagem por uma fração de segundo mesmo depois desta ter mudado.

Ou seja, as imagens que vemos são criadas por estímulos luminosos que os nossos olhos recebem e enviam ao cérebro, e este forma a imagem.

Todo esse processo tem um certo atraso, pois o cérebro continua a receber o impulso por cerca de 1/10 de segundo após o último estímulo do olho. Por isso, se as imagens forem trocadas em menos de uma fração de segundo, elas tendem a fundir-se no cérebro, provocando a sensação de movimento contínuo.

Ou seja, o funcionamento do cinema baseia-se em uma falha da visão humana que cria a ilusão de movimento.

 

A função do diretor de fotografia

O diretor de fotografia é o responsável pela maneira como o roteiro cinematográfico é transposto para a película ou vídeo, na forma de fotografia.

A filmagem é feita de acordo com as suas orientações, com o intuito de preservar um padrão técnico e artístico do longa. Para isso, o seu trabalho inclui a seleção, aprovação e direção da utilização dos equipamentos, como a câmera, os negativos, as lentes, os filtros e os equipamentos de iluminação. Certos casos, esse diretor também é responsável de examinar e aprovar a locação do filme em conjunto com o diretor artístico.

A fotografia cinematográfica é a utilização dos princípios da fotografia na sétima arte. Assim, o cinema pode ser compreendido como um conjunto de fotografias estáticas que em sequência ganham movimento nas telonas, e possuem uma ordem lógica que provoca emoção aos espectadores.

Sem o diretor de fotografia, a emoção transmitida, provavelmente, seria anulada e o filme perderia a sua graça. A fotografia, por si só, já é capaz de contar uma história e estimular sentimentos. No cinema, esse poder é maximizado e a história é contado por diversos ângulos , tempos e espaços, encantando ainda mais o público.

Esse diretor é, antes de mais nada, um fotógrafo. É ele quem define o enquadramento, a iluminação, o tempo e a composição de forma a evocar as nossas emoções. É uma tarefa árdua, exige muita técnica, conhecimento e repertório.

Uma boa fotografia no cinema é aquela capaz de trazer o espectador para a história e traduzir esteticamente a ideia do diretor para dentro do filme.

 

-Por Vivian Kuppermann Marco Antonio

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