No último final de semana (15 e 16 de junho), o IIF recebeu a fotógrafa de parto, Michelle Vilanova, para ministrar um curso intensivo sobre a especialidade. Durante as aulas, além da técnica com ênfase na atuação em blocos obstetrícios, foram levantadas algumas questões importantes para quem quer entrar no ramo.

Uma das maiores preocupações para os fotógrafos que desejam atuar em hospitais são os impedimentos burocráticos que encontram pelo caminho. Experiências fracassadas e relatos de tentativas frustradas afastam aqueles que têm interesse pela Fotografia de Parto, estigmatizada como “mafiosa” pela cobrança de taxas e estabelecimento de contratos de exclusividade. Michelle explicou como proceder, enfatizando que a postura ideal é a ação com muita antecedência e profissionalismo, tendo sempre em mente que cada hospital tem seu próprio procedimento de autorização e taxas de cobrança.

“Quando a cliente vier, fale primeiro com o médico, mostre o seu trabalho. Se ele autorizar, vá falar com o hospital, pergunte como funciona. Não adianta chegar lá e ficar torcendo pra entrar”, explica Michelle, que, como qualquer outra profissional, já teve problemas desse tipo.

Como a turma era heterogênea, composta por alguns alunos que já fotografavam partos e outros iniciantes, os mais experientes puderam compartilhar suas vivências, contando das peculiaridades dos hospitais de suas cidades. E os iniciantes se tranquilizaram: “Eu vi que não é nenhum bicho de sete cabeças, então é mais uma oportunidade de trabalho no ramo da fotografia”, diz Renata Nascimento, fotógrafa há dez anos nas áreas do fotojornalismo e eventos sociais.

Experientes e iniciantes
Para Renata, o ponto alto do curso foi a simulação prática do bloco obstetrício. “Eu fiquei imaginando como é você ficar num espaço tão pequeno, num momento tão especial, rápido, e você tem que registrar aquele momento, com muita emoção”, diz a fotógrafa, que começou a sentir interesse pela Fotografia de Parto quando foi convidada por uma prima para fotografar, mas não se sentiu preparada para entrar na sala cirúrgica.

Por sua vez, Isa Luciana, que já fotografa partos em São Paulo, deu ênfase à oportunidade de ouvir todas as experiências que Michelle passou durante esses três anos de atuação intensa no ramo. “Ouvir todas as histórias que ela tinha para contar foi muito importante, porque eu não tive tantas experiências com partos, e as que tive foram quase todas boas”, diz Isa Luciana, se referindo aos inúmeros casos complicados que Michelle relatou.

Especializada em fotografia de família, Isa afirma que não deseja se voltar somente para o mercado da fotografia de parto, porém não quer deixar de realizar esse tipo de fotografia, pois gosta de prestar um serviço completo às suas clientes, desde o ensaio de gestante até o acompanhamento dos bebês, passando pelo nascimento e pelo ensaio newborn. “Eu gosto de contar histórias através da minha fotografia, de me envolver”, diz.

Tipos de parto
Michelle Vilanova abordou, durante o curso, como fotografar todos os tipos de parto, domiciliar ou no bloco cirúrgico, cesárea ou normal. O foco, porém, ficou na prática em blocos obstétricos. “O parto normal em casa não tem regra, não tem limitação, é só sensibilidade e olhar. Você vai conseguir fotos lindas e com muita emoção – até muito mais emoção do que num hospital. Eu enfatizei a cesárea porque tem regras e limitações. Eu trabalho numa maternidade e lá tem cesáreas e partos normais, e ambos acontecem num bloco obstétrico. Existe uma forma de se portar num bloco obstétrico, e por isso há necessidade de um curso”, explica Michelle.

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