Danilo Russo lança guia completo sobre Iluminação na Fotografia em palestra ao vivo
O domínio da iluminação na fotografia é algo que não acontece do dia para...
Ao longo dos seus 462 anos São Paulo já foi retratada de inúmeras maneiras, mas pelos olhos da fotógrafa Alice Brill a cidade é vista de uma forma quase humana. A exposição “Alice Brill: impressões ao rés do chão” apresenta belas imagens de São Paulo e seu desenvolvimento com grandes prédios e viadutos, mas também o descontentamento de seus habitantes nas longas filas de passageiros à espera do ônibus. Com curadoria de Giovanna Bragaglia a mostra reúne cerca de 90 fotografias, além de documentos como revistas, publicações e outros materiais que apresentam a trajetória fotográfica de Alice entre os anos 1950 e 1960 em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Buenos Aires e São Paulo, principal conjunto exposto.
Alice nasceu na Alemanha, em 1920, e migrou aos 14 anos de idade para o Brasil. Era filha de um pintor com uma jornalista, estudou com bolsa na University of New Mexico, em Albuquerque, e na Art Students League, em Nova York, onde optou por cursar aulas de desenho, pintura e fotografia – esta última escolhida por ser uma possível profissão quando retornasse ao Brasil. De volta ao Brasil, passou a colaborar regularmente para a revista Habitat com fotos de arquitetura, retratos de artistas e reproduções de obras. Também trabalhou como fotógrafa para o Museu de Arte de São Paulo (Masp) e para o Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), registrando obras de arte e exposições. Sua obra teve maior destaque nos retratos de famílias da elite paulistana, mostrando-se pioneira da fotografia espontânea de crianças.
Mas, a exposição apresenta outra dimensão de sua obra. Com impressões de um mundo sem eufemismos. Alice possuía um olhar humanizado e despretensioso que ao fazer fotos oficiais de deputados visitando comunidades indígenas captou também a índia constrangida e incomodada com o grupo. Sua câmera registrava o cotidiano sem disfarces. Como uma crônica, seu olhar percorreu um período de intenso desenvolvimento, sem mascarar contradições e dificuldades.
O acervo de Alice Brill, com cerca de 14 mil negativos, pertence ao IMS desde 2000 e a exposição está em cartaz até 7 de fevereiro no Instituto Moreira Salles de São Paulo.
Serviço:
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, primeiro andar, Higienópolis
Tel: (11) 3825-2560
Horário de visitação: De terça a sexta, das 13h às 19h / Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
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