// Que história as suas fotografias contam? Um bate-papo com Rafael Karelisky

“I only had a picture of you, oh yeah
That wonderful picture of you”
The Beatles (A Picture Of You)

Noite de casamento. Maria não é tão amiga assim da noiva, mas trabalham juntas todos os dias. A cerimônia é numa fazenda, faz uma noite fria e ela se esqueceu de trazer um casaco. Jorge, que é vegetariano, não encontrou nenhuma opção que o servisse no Buffet. Ricardo não gosta nem de abacaxi, nem de kiwi, as únicas opções de caipirinha do bar. Isabel é a melhor amiga da noiva (inclusive foi ela quem apresentou o noivo) e foi madrinha.

2Na sua opinião, aquela foi a noite mais incrível de sua vida, enquanto para Maria, que passou frio, Jorge, que passou fome e Ricardo, que ficou sóbrio, a noite não foi assim tão especial. O casamento foi o mesmo, entretanto, os pontos de vista foram divergentes. Qual história cada um contaria se fotografasse esse casamento? E você? Qual história você contaria?

Essa crônica caricata, exemplo oferecido por Rafael Karelisky – fotógrafo de casamento bicampeão do Wedding Best, mais importante concurso de fotografia de casamento brasileira que premia o melhor álbum do ano – tem como objetivo, chamar a atenção para o narrador, ou seja, aquele que conta a história.

A fotografia por si só nunca será uma verdade. Você pode, inclusive, se servir da ilusão ótica para fazer o mundo parecer mais colorido, com mais foco e maior, ou menos colorido, menos foco e menor.  Dessa forma, o fotógrafo é o filtro da fotografia, que passa através da sua visão e ele vai escolher o que mostrar e o que não mostrar e inclusive, quantas vezes mostrar. Mas, igual em um filme essa história nunca vai ser exatamente a verdade, mas ela será baseada em fatos reais e o que acontece é que nem sempre o que aconteceu lá no casamento tem um ritmo, daí o fotógrafo precisa saber construir esse ritmo, para criar uma história que prenda quem está vendo, que tenha um significado”.       

3Casamento é uma cerimônia tradicional por excelência, ainda que celebrado de diferentes formas e culturas ele constituí uma ação social que remonta a tempos antigos, por isso, produz no imaginário coletivo uma série de referências imagéticas consagradas e que, quando recuperadas pelos fotógrafos são consideradas clichês. Para Rafael é essencial desconstruir esse padrão de imagens e criar, nos fotógrafos, a noção de autoria, ou seja, um reconhecimento da posição do fotógrafo em frente da história que registra. Ele critica a ideia de fotografia DE casamento, como um sentido amplo e atenta para que o fotógrafo seja fotógrafo DO casamento, ou seja, que se entregue às particularidades que cada cerimônia.

Segundo esse desejo de mudança, Rafael Karelinsky oferecerá, nos dias 24 e 25 de Janeiro, no Instituto Internacional de Fotografia, o curso Manual de Memória da Fotografia de Casamento e afirma “Manual como manual das indicações dos produtos, suas especificidades e funcionalidades”. Completamente voltado para o conceito de Storytelling e no processo criativo,o objetivo é indicar maneiras para que os alunos encontrem seus próprios caminhos, sem poupar críticas e elogios. Rafael pretender abrir por completo os processos de construção de suas imagens. indicando o caminho que ele mesmo percorreu para chegar àquele resultado final. Irá mesmo apresentar um casamento completo, explicando passo a passo desde a maneira como foi editado, para dar conta da história que tinha em mente contar.

4“Não pretendo impor a minha maneira de ver a fotografia, muito pelo contrário, esse curso é em carácter colaborativo e os alunos irão desenvolver seu senso crítico para conseguirmos avançar todos juntos. Não só os alunos saem transformado dessa experiência, como eu mesmo me transformo, afinal, a identidade não é algo estanque e sim algo que estamos sempre indo atrás. Seria muito monótono saber exatamente o que somos, essa busca é o que nos motiva e aquilo que eu proponho. Claro que tudo dentro de uma coerência com a visão de mundo e a maneira de ser de cada  fotógrafo. Buscar a sua identidade  irá te ajudar em muitos outros pontos, até mesmo no marketing, sabendo apresentar que linguagem explorar para alcançar os clientes que tem mais haver com você”, completa Rafael.

Sendo assim, esse curso é mais do que indicado para quem deseja aprender/reaprender a contar uma boa história e conta como diferencial a liberdade de participar de um processo criativo inspirador e colaborativo, que permita um máximo de aproveitamento no curso.

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Para conhecer mais informações sobre esse curso, não deixe de conferir a página e realizar sua pré-inscrição AQUI! 

 

 

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